Com o objetivo de atualizar a população de São Mateus a respeito do processo de licenciamento ambiental para ampliação do Aterro Sanitário CTL – Central de Tratamento de Resíduos Leste, a Ecourbis Ambiental convidou moradores da região – lideranças sociais – para uma apresentação sobre o projeto. O encontro foi realizado na manhã desta quarta-feira, 1º de outubro, no auditório da CTL, e reuniu mais de 50 pessoas.
A visita foi intermediada por Hamilton Clemente Alves, ativista social que atua na zona leste e é coordenador especial de gabinete na Câmara Municipal de São Paulo. Hamilton conhece de perto a trajetória do aterro e a sua relação com a população de São Mateus.
No início da década de 1990, quando o Aterro Sanitário Sítio São João (hoje incorporado à CTL) foi construído, durante a gestão da então prefeita Luiza Erundina, Hamilton participou ativamente das articulações para garantir que a capital paulista contasse com um aterro sanitário para garantir a destinação final ambientalmente adequada de resíduos. Ele também atuou no início do contrato de concessão da Ecourbis, em 2004, daquela vez durante a gestão de Marta Suplicy, indicando a necessidade de expansão do empreendimento para a destinação adequada de resíduos. Foi indicada uma área em frente ao Aterro São João, onde foi construída a CTL. Hamilton participou, ainda, das discussões que asseguraram, na gestão do então prefeito Fernando Haddad, a unificação dos aterros São João e CTL.
No encontro com os moradores de São Mateus, Hamilton subiu ao palco antes do início da apresentação e declarou que sempre foi a favor de a cidade ter um local para destinação adequada do lixo doméstico. “Não fujo de minhas origens”, ele disse, frisando que, por uma questão de coerência, é a favor da ampliação da CTL, pois a cidade precisa de um local para que os resíduos sejam levados sem comprometer o meio ambiente. Hamilton, pontuou, ainda, que irá atuar fortemente para que as compensações ambientais que a Ecourbis deverá realizar sejam direcionadas para a região de São Mateus, pois ela precisa de várias melhorias. Ele reconheceu que a Ecourbis, ao longo dos últimos 21 anos, promoveu uma série de benfeitorias na região, “mas agora o Poder Público precisa fazer mais.”
A apresentação sobre o projeto de ampliação foi feita por Ednei Rodrigues, Superintendente de Engenharia, Inovação e Projetos da Ecourbis, que destacou o fato de a CTL receber os resíduos gerados pela população que reside nas zonas sul e leste, somando aproximadamente 7 mil toneladas por dia. Especificamente sobre o projeto de ampliação, ele esclareceu que o processo está sendo avaliado pela Cetesb e que a Concessionária seguirá estritamente o que for determinado pelo órgão ambiental.
Atualmente, a vida útil da CTL é estimada em mais dois anos, no máximo, e a cidade não dispõe de outras áreas disponíveis para construir outro aterro sanitário. A ampliação da CTL, portanto, é a solução que a capital tem hoje para garantir uma gestão adequada dos resíduos.
Ednei lembrou que em 2004, quando a Ecourbis foi contratada pela prefeitura para prestar os serviços de coleta, transporte, tratamento e destinação final ambientalmente adequada de resíduos em 19 das 32 subprefeituras, foram estabelecidos uma série de marcos contratuais. A Concessionária cumpriu todos, como a modernização da Estação de Transferência Vergueiro, construção de uma Central Mecanizada de Triagem e de uma Unidade de Tratamento de Resíduos dos Serviços de Saúde, entre outros.
O contrato de concessão foi renovado em junho de 2024, por mais 20 anos, e Ednei contou que para este novo ciclo contratual foram estabelecidas obrigações ainda maiores, alinhadas ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares).
Uma dessas obrigações, a universalização da coleta seletiva, foi atendida ainda em 2024. Outra, que prevê a troca de veículos a diesel por caminhões e carretas que utilizam combustíveis sustentáveis, está em curso.
O Planares estabelece que, até 2040, as cidades deixem de levar para aterros 64% de todo o volume de resíduos que é destinado hoje a esses locais. Para a Ecourbis, no entanto, a meta é mais alta, pois a Prefeitura determinou que 70% do volume seja desviado. Ednei esclareceu que, para atingir esse objetivo, serão implementadas diversas tecnologias para aproveitamento da fração orgânica e de materiais recicláveis, com as plantas industriais sendo instaladas na área do aterro.
Após a apresentação de Ednei, os participantes do encontro puderam fazer perguntas. Todos os que subiram ao palco afirmaram compreender a importância da CTL para a gestão de resíduos, e, portanto, a necessidade de sua ampliação.
Eles foram unânimes ao afirmar que, agora, a preocupação é em garantir que as compensações ambientais sejam realizadas prioritariamente na região de São Mateus.
Novos encontros com a população de São Mateus deverão ser promovidos nas próximas semanas, pois, como frisou Ednei, o objetivo da Ecourbis é ser transparente, sempre adotando uma postura sustentável e cumprindo integralmente os compromissos firmados, como tem feito ao longo de seus mais de 20 anos de atuação.
Fonte: Jornal Zona Sul 


