As causas da perda auditiva podem ser congênitas, presentes desde o nascimento, (como fatores hereditários, infecções durante a gestação, complicações no parto ou malformações do ouvido) ou adquiridas ao longo da vida (como a exposição a sons intensos, infecções de ouvido, uso de medicamentos ototóxicos, traumatismos na cabeça ou no ouvido, além de algumas doenças infecciosas, crônicas, inflamatórias e degenerativas), incluindo o envelhecimento. A perda auditiva pode apresentar diferentes graus de comprometimento, variando de leve a profunda, podendo, em alguns casos, chegar à perda auditiva total.
A rede municipal de saúde conta com 35 Centros Especializados em Reabilitação (CERs); destes 20 são voltados ao atendimento em saúde auditiva, além de um Núcleo Integrado de Saúde Auditiva (Nisa). De janeiro a julho de 2025, foram dispensados 9.934 aparelhos auditivos nestes serviços. Estes realizam o diagnóstico, a dispensação e adaptação de aparelhos auditivos e a reabilitação para pessoas das diversas idades, desde bebês até idosos.
O acesso aos CERs se dá por meio das 479 Unidades Básicas de Saúde (UBSs). No caso dos recém-nascidos, o acesso também ocorre a partir das maternidades municipais que realizam a triagem auditiva, conhecida como “teste da orelhinha”.
Intervenção precoce
A fonoaudióloga Jaiede Nicácio Montenegro, que atua há 17 anos com reabilitação auditiva no CER III Penha, destaca a evolução dos serviços de diagnóstico.
Ela explica que o programa de triagem para recém-nascidos permite que bebês com falha no exame sejam encaminhados diretamente das maternidades municipais para o CER. Quando o bebê chega, são realizados exames de diagnóstico, como o BERA, para confirmar a perda de audição. Se a perda permanente for identificada, a criança passa pela adaptação de aparelhos e, em seguida, pela reabilitação, com acompanhamento semanal de fonoaudiólogos e outros profissionais, se necessário, como psicólogos.
Jaiede ressalta que a maioria dos atendimentos no CER III Penha é de adultos, principalmente com casos de presbiacusia (perda auditiva relacionada ao envelhecimento). O tratamento para adultos inclui atendimento médico e fonoaudiológico para a seleção e adaptação dos aparelhos. O paciente também pode ter acesso a serviço social e apoio psicológico, quando necessário. Diferentemente dos bebês, o acompanhamento para adultos é anual. Em 2025 foram dispensados uma média de 95 aparelhos auditivos por mês no CER Penha.
Prevenção pela vacinação
A imunização é uma das formas de prevenir as perdas auditivas evitáveis. A rede municipal segue o Calendário Nacional de Vacinação, que inclui vacinas contra doenças como a rubéola, caxumba e sarampo.
Comunicação acessível
Muitas pessoas com perda de audição utilizam a Língua Brasileira de Sinais – Libras para se comunicar. Para facilitar esta comunicação, a SMS disponibiliza curso para os profissionais. Além disto, outro avanço é a Central de Intermediação em Libras (CIL), que em 2025 alcançou centenas de serviços de saúde. O sistema garante atendimento em Libras por videoconferência, permitindo que pessoas com deficiência auditiva sejam atendidas sem depender de acompanhantes. O serviço está disponível em UBSs, AMAs, UPAs, CERs e hospitais.Em caso de suspeita de perda de audição, agende uma consulta na UBS mais próxima da sua casa. Os endereços podem ser consultados na página buscasaude.prefeitura.sp.gov.br/
Fonte: Jornal Zona Sul


